Duas pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas, diz Ministério da Saúde
Manifestantes egípcios lançaram pedras contra sede do Conselho de Ministros (Mohammed Abbed/AFP)
Pelo menos duas pessoas morreram e 220 ficaram ficaram feridas nesta sexta-feira após um confronto entre manifestantes e a polícia egípcia, no centro da capital Cairo, próximo à sede do Conselho de Ministros. O número foi confirmado pelo subsecretário do Ministério da Saúde, Adel Adaui. Em declarações à agência de notícias estatal Mena, Adaui, detalhou que as vítimas sofreram fraturas e hematomas, e que há pessoas com ferimentos à bala.Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, egípcios iniciaram, em janeiro, sua série de protestos exigindo a saída do então presidente Hosni Mubarak.
- • Durante as manifestações, mais de 850 rebeldes morreram em choques com as forças de segurança de Mubarak que, junto a seus filhos, é acusado de abuso de poder e de premeditar essas mortes.
- • Após 18 dias de levante popular, em 11 de fevereiro, o ditador cede à pressão e renuncia ao cargo, deixando Cairo.
- • No lugar dele, assumiu a Junta Militar que segue governando o Egito até o fim do processo eleitoral.
O local do confronto fica nas proximidades da Praça Tahrir. Segundo o Ministério da Saúde do Egito, os feridos foram trensferidos por 16 ambulâncias. O conflito teria começado na madrugada desta sexta-feira, depois que se espalhou um rumor entre os manifestantes acampados na área de que um deles, integrante de uma torcida organizada do time de futebol Al Ahli, havia sido detido e espancado pela polícia.
Alguns manifestantes se revoltaram e começaram a lançar pedras contra policiais concentrados em frente à sede do Conselho de Ministros. As forças de segurança revidaram com golpes violentos. Em seguida, os manifestantes atearam fogo em três carros estacionados.
Pedradas - Um médico do hospital de campanha instalado na Praça Tahrir disse que a maioria dos feridos foi atingida por pedradas e que ele mesmo viu o início dos incidentes na madrugada, quando o torcedor do Al Ahli foi detido pelos policiais. O médico confirmou que os amigos do torcedor se enfureceram com sua detenção e começaram a lançar pedras para protestar.
Os confrontos continuam depois em uma rua próxima ao prédio do Conselho de Ministros. Os manifestantes estariam tentando fechar o acesso à Praça Tahrir para evitar que reforços militares cheguem ao local. Segundo a fonte dos serviços de segurança, os policiais estão usando mangueiras de água para dispersar os manifestantes.
Protestos - Impedidos de acampar na Praça Tahrir após a segunda onda de protestos da revolta egípcia, antes das eleições parlamentares iniciadas em 28 de novembro, dezenas de manifestantes montaram acampamento em frente à sede do Conselho de Ministros, em uma das laterais da praça, desde que o local foi reaberto ao tráfego em 11 de dezembro.
O alvo dos protestos é o novo governo de transição dirigido pelo primeiro-ministro Kamal Ganzouri, nomeado há três semanas pela Junta MIlitar que governa o país. Premiê entre 1996 e 1999, durante o mandato do ex-ditador Hosni Mubarak, Ganzouri é considerado um remanscente do antigo regime.
O confronto desta sexta acontece um dia depois do início da segunda etapa das eleições parlamentares egípcias, na qual nove províncias do interior do país escolhem seus representantes para a Assembleia do Povo, a câmara baixa do Parlamento. Na primeira etapa, que incluiu as províncias da capital Cairo e grandes cidades como Alexandria, os partidos islamitas conquistaram uma ampla vitória, ficando com mais de 60% das cadeiras em disputa.
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