sábado, 17 de dezembro de 2011

Egito tem novo confronto entre polícia e manifestantes

Duas pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas, diz Ministério da Saúde

Manifestantes egípcios lançaram pedras contra sede do Conselho de Ministros Manifestantes egípcios lançaram pedras contra sede do Conselho de Ministros (Mohammed Abbed/AFP)
Pelo menos duas pessoas morreram e 220 ficaram ficaram feridas nesta sexta-feira após um confronto entre manifestantes e a polícia egípcia,  no centro da capital Cairo, próximo à sede do Conselho de Ministros. O número foi confirmado pelo subsecretário do Ministério da Saúde, Adel Adaui. Em declarações à agência de notícias estatal Mena, Adaui, detalhou que as vítimas sofreram fraturas e hematomas, e que há pessoas com ferimentos à bala.

Entenda o caso


  1. • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, egípcios iniciaram, em janeiro, sua série de protestos exigindo a saída do então presidente Hosni Mubarak.
  2. • Durante as manifestações, mais de 850 rebeldes morreram em choques com as forças de segurança de Mubarak que, junto a seus filhos, é acusado de abuso de poder e de premeditar essas mortes.
  3. • Após 18 dias de levante popular, em 11 de fevereiro, o ditador cede à pressão e renuncia ao cargo, deixando Cairo.
  4. • No lugar dele, assumiu a Junta Militar que segue governando o Egito até o fim do processo eleitoral.

O local do confronto fica nas proximidades da Praça Tahrir. Segundo o Ministério da Saúde do Egito, os feridos foram trensferidos por 16 ambulâncias. O conflito teria começado na madrugada desta sexta-feira, depois que se espalhou um rumor entre os manifestantes acampados na área de que um deles, integrante de uma torcida organizada do time de futebol Al Ahli, havia sido detido e espancado pela polícia.
Alguns manifestantes se revoltaram e começaram a lançar pedras contra policiais concentrados em frente à sede do Conselho de Ministros. As forças de segurança revidaram com golpes violentos. Em seguida, os manifestantes atearam fogo em três carros estacionados.
Pedradas - Um médico do hospital de campanha instalado na Praça Tahrir disse que a maioria dos feridos foi atingida por pedradas e que ele mesmo viu o início dos incidentes na madrugada, quando o torcedor do Al Ahli foi detido pelos policiais. O médico confirmou que os amigos do torcedor se enfureceram com sua detenção e começaram a lançar pedras para protestar.

Os confrontos continuam depois em uma rua próxima ao prédio do Conselho de Ministros.  Os manifestantes estariam tentando fechar o acesso à Praça Tahrir para evitar que reforços militares cheguem ao local. Segundo a fonte dos serviços de segurança, os policiais estão usando mangueiras de água para dispersar os manifestantes.

Protestos - Impedidos de acampar na Praça Tahrir após a segunda onda de protestos da revolta egípcia, antes das eleições parlamentares iniciadas em 28 de novembro, dezenas de manifestantes montaram acampamento em frente à sede do Conselho de Ministros, em uma das laterais da praça, desde que o local foi reaberto ao tráfego em 11 de dezembro.
O alvo dos protestos é o novo governo de transição dirigido pelo primeiro-ministro Kamal Ganzouri, nomeado há três semanas pela Junta MIlitar que governa o país. Premiê  entre 1996 e 1999, durante o mandato do ex-ditador Hosni Mubarak, Ganzouri é considerado um remanscente do antigo regime.

O confronto desta sexta acontece um dia depois do início da segunda etapa das eleições parlamentares egípcias, na qual nove províncias do interior do país escolhem seus representantes para a Assembleia do Povo, a câmara baixa do Parlamento. Na primeira etapa, que incluiu as províncias da capital Cairo e grandes cidades como Alexandria, os partidos islamitas conquistaram uma ampla vitória, ficando com mais de 60% das cadeiras em disputa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário