segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Delegação uruguaia virá ao país tratar alta de impostos a veículos importados


País assegurar a venda de automóveis uruguaios ao Brasil, em risco pelas novas tarifas nacionais à importação de veículos, inclusive os do Mercosul
Agência O Globo
Pátio lotado de montadora em São Paulo
Uma delegação do Governo do Uruguai visitará o Brasil nesta terça-feira (27/09) para assegurar a venda de automóveis uruguaios ao país, em risco pelas novas tarifas nacionais à importação de veículos, inclusive os do Mercosul.

A missão, convidada pelo Governo brasileiro, foi apresentada pelo ministro da Indústria uruguaio, Roberto Kreimerman, em entrevista coletiva realizada no final da reunião semanal do Conselho de Ministros.

O objetivo do Uruguai é garantir que os automóveis de fabricação uruguaia tenham um tratamento tributário similar aos produzidos no Brasil.

Kreimerman afirmou que "não há conflito" e que a troca comercial entre ambos países "continua sendo muito frutífera".

Além disso realçou que ao Uruguai lhe interessa que seu sócio "continue crescendo, porque é uma grande locomotiva".

A delegação uruguaia será formada pelo subsecretário de Economia, Luis Porto, o titular da Direção Nacional de Indústrias, Sebastián Torres, e o diretor-geral para Assuntos de Integração e Mercosul do Ministério das Relações Exteriores, Álvaro Ons.

O ministro da Indústria lembrou que a troca comercial entre ambos países, em termos anuais, representa US$ 3 bilhões.

Além disso, atualmente as exportações uruguaias ao Brasil rondam US$ 1,45 bilhão, enquanto antes da formação do bloco regional em 1991 quase não chegava a US$ 180 milhões.

Há dez dias o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou uma alta de 30% nos impostos aplicados aos veículos importados de fora do Mercosul e aos procedentes deste bloco comercial que não cumpram uma série de requisitos.

A medida engloba automóveis, tratores, ônibus, caminhões e veículos comerciais ligeiros e será aplicada até o dia 31 de dezembro de 2012.

Para evitar a alta tributária, os produtores radicados em um país do Mercosul terão que utilizar um mínimo de 65% de peças produzidas no bloco, entre outras condições.

O Brasil, que dá um prazo de 60 dias às empresas para se adequarem ao novo cenário, é o quinto maior mercado mundial de automóveis e o sétimo produtor.

A decisão gerou inquietação no setor automotivo uruguaio, que anualmente exporta ao país 15 mil veículos por um valor global de US$ 150 milhões e dá emprego direto a mil pessoas.

Uma das empresas afetadas, a Effa Motors, de capital chinês, anunciou na quinta-feira passada o fechamento temporário de sua fábrica no departamento de San José.

O presidente do Uruguai, José Mujica, considerou na sexta-feira que "a não-diferenciação das políticas para com os sócios menores (do Mercosul) tende a desvirtuar o papel da integração".

Uma medida desse tipo "cria evidências a favor daqueles que pensam que o melhor é que continuemos atomizados", acrescentou Mujica.

Antes do pronunciamento do presidente uruguaio, aconteceu uma reunião em Nova York dos chanceleres Luis Almagro e Antonio Patriota no marco da Assembleia Geral da ONU para tratar a questão. EFE

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