domingo, 18 de dezembro de 2011

Seis estudantes da USP são expulsos por ocupação em 2010


Estudantes tomaram sala em protesto contra serviço de assistência social

Seis da Universidade de São Paulo (USP) foram expulsos da instituição por participarem na ocupação de uma sala da Coordenadoria de Assistência Social (Coseas) da USP. A decisão da comissão processante foi acolhida pelo reitor João Grandino Rodas, que a publicou em um despacho no Diário Oficial do Estado de São Paulo neste sábado (17).

Eles foram considerados culpados por danos decorrentes da ocupação, que, segundo a assessoria de imprensa da USP, incluem o desaparecimento de documentos oficiais e de equipamentos, além da quebra de computadores.

Ainda segundo a assessoria de imprensa, essa é a primeira vez que a gestão de Rodas, iniciada em 2010, aplica a pena máxima de "eliminação definitiva", que consta no artigo 249 do decreto de 1972 da instituição.

O reitor não participa das comissões processantes, que, de acordo com a assessoria, são formadas por professores e funcionários não relacionados aos fatos. Mas, ainda segundo a assessoria, ele tem a prerrogativa de rejeitar a decisão das comissões, apesar de geralmente acolhê-las.

A ocupação teve início em março de 2010 e dura até hoje. O alvo dos estudantes foi uma sala administrativa no andar térreo de um dos blocos do Conjunto Residencial da USP (Crusp). Ela era usada por assistentes sociais da Coseas para aplicar questionários sócio-econômicos na seleção de estudantes para morar no Crusp ou receber auxílio-moradia, mas hoje segue tomada pelos estudantes.

A assesoria de imprensa afirmou que o reitor não pediu a reintegração de posse da sala e que ela continua sendo controlada pelos universitários.

Em documento publicado em 2010, os manifestantes, a maioria moradores do Crusp ou estudantes que não receberam o auxílio, afirmaram que decidiram tomar o local em protesto contra os critérios de seleção e exclusão da coordenadoria.

A comissão processante investigou a participação de 13 estudantes no processo: nove são estudantes da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), dois da Escola de Comunicações e Artes (ECA), um da Faculdade de Educação e um da Escola Politécnica.

Do total, oito foram expulsos, mas um deles já não estudava na USP e outro havia se formado. Os outros cinco tiveram o processo arquivado por falta de provas.

De acordo com a assessoria de imprensa da reitoria, os 13 universitários processados, quatro deles mulheres, foram identificados a partir de uma comissão de sindicância criada logo após a ocupação.

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